Sua estação incerta. De manhã, já custa sair do quentinho dos lençóis. À tarde, já não se passa sem calçar aquelas meias quentinhas. À noite, já só apetece vestir o pijama polar. Em casa. Na rua este tempo veste-se da bipolaridade. Bem cedo, não dá para perceber se vai nevar ou se estarão 40 graus à sombra. Ainda assim, sabe bem um casaquinho. Que, dali a umas horas, parece o casaco mais quente que tínhamos no roupeiro. Afinal, se ainda estava bom para sandálias, por (...)
"Eles dizem que amanhã chove". "Eles dão mau tempo para amanhã". Têm dito, têm dado. "Eles". Os da meteorologia? Os que "escolhem" o tempo? Os que organizam a direção do vento? Os que escolhem os valores da temperatura? Quem são "eles"? Esses que têm tirado as nuvens da gaveta desarrumando-as no céu. Esses que o pintam de azul forte ou de um cinzento escuro. Esses que têm feito do sol prisioneiro. Todos os acusam a "eles". Contudo, ninguém assume a culpa. Ninguém põe as (...)
Tivesse eu tempo. Tempo para o tempo que gostaria de ter. Tempo para aproveitar os lençóis quentes nestas manhãs gélidas, as meias grossas no chão do meu espaço, o comando da televisão cá de casa, o sol das tardes de novembro e os finais bonitos destes dias curtos. Tempo para as pessoas que também não têm tempo. Tempo para viver com calma a pressa dos dias que correm e nos obrigam a persegui-los. Tivesse eu tempo. Tempo para me lembrar que há tempo. Para olhar para o (...)
Querido mês de agosto, Não sei o que se anda a passar. O mês de outubro nunca esteve tão igual a ti. Tu, seu malandro, ainda cá andas, não andas? Disfarçado, eu sei. O sol nunca esteve tão forte, nem as noites estiveram tão quentes. O casaquinho só funciona até meio da manhã [e é porque parece mal sair de casa quase em novembro com camisolas de manga curta]. As sandálias [até essas] ainda não foram arrumadas. O céu permanece azul e, apesar dos dias serem mais (...)
Em conversa com os meus amigos [aquelas conversas que metem ao barulho todo o tipo de assunto a que ninguém consegue ficar em silêncio] questionámo-nos sobre como vamos ser quando formos velhos. Temos 19 anos. Gostamos de pensar muito à frente. Começámos a imaginar-nos com 80 anos. Chegámos à conclusão que vamos ser uns velhos muito avançados para o nosso tempo. E como é que chegámos a esta conclusão? Simples. Quando formos velhos vamos dizer coisas como "ya", "bué", "lol" e (...)
Esta coisa da meteorologia tem muito que se lhe diga. Todos sabemos falar dela. Bem ou mal, surge constantemente nas conversas que temos uns com os outros [a chamada conversa de ocasião]. E vão permitir-me que seja sobre ela que vos venho escrever hoje. Na semana passada consegui esquecer-me do frio e deixar o casaco em casa durante uns dias. O sol e as temperaturas amenas pareciam mesmo anunciar a chegada da primavera [ou então era só a vontade de vê-la chegar a falar mais alto!]. (...)