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it's carol

Um blog sobre tudo. Sobre o que me apetecer. Acima de tudo, sobre o que sou.

29.Abr.19

Cabeça nas nuvens

carol
Quando o céu se decora com nuvens que qualquer algodão doce invejaria, gosto de as delinear com a ponta do dedo e acreditar que os sonhos têm aquela forma tão palpável e aconchegante e aquela proximidade tão assustadoramente real que, com um braço esticado e um salto de fazer sentir os pés, parece fácil de meter um pedaço de nuvem no bolso. Observar os sonhos tão perto faz-me pensar que nunca ninguém me disse que eles têm limites. Mas eu sei que o dizem. E, com isso, não (...)
14.Set.18

Reflexos de sonhos roubados

carol
Fazia planos para tudo. Sempre fez. Organizava os brinquedos em filas, colocava em primeiro lugar os carros com que queria brincar, depois o papel e os lápis com que o iria pintar, e, por fim, a bola com que jogaria. Seguiu-se a entrada para a escola, os primeiros horários de verdade. Havia sempre alguém que lhe organizava os dias: horas para o pequeno-almoço, a roupa escolhida com detalhe, a saída de casa com a mochila devidamente preparada, os dias entre a sala de aula e o recreio, (...)
31.Ago.18

Onde é que ficou a capacidade de acreditar?

carol
Devíamos acreditar mais. Em tudo. Há uma parte da nossa capacidade de acreditar que vai desaparecendo com o tempo, como se os dias fossem ladrões de crenças. Deixamos de querer voar ou ser invisíveis. Deixamos de acreditar no "era uma vez" e nos finais felizes. Acabamos por criar a categoria isso-só-acontece-nos-filmes porque crescemos e achamos que deixa de fazer sentido acreditar nas pessoas que saltam por cima de carros em plena autoestrada. Deve ser por isso que as crianças (...)
23.Abr.18

Meias perdidas, meio escondidas

carol
Deixei as meias no fundo da cama. Estão lá. Debaixo dos lençóis esticados e do edredão puxado para cima antes de sair de casa. A cama está feita e as meias estão lá. Perdi-as a meio da noite passada. Estão perdidas, mas sei onde estão. E não podiam estar num lugar melhor. Que as manhãs ainda começam frescas e os finais de tarde dão o mote para noites invernosas. As tardes ainda não se decidiram. Faz sol, faz chuva e faz aquele tempo que nem é tempo nem deixa de o ser. Os (...)
27.Set.17

Os sonhos andam para a frente quando sonhas de pé.

carol
Sou uma sonhadora compulsiva. Tenho sonhos. Muitos. Alguns esqueço, outros estão constantemente na minha memória. Os primeiros [aqueles que esqueço] costumam aparecer à noite e desaparecem ainda antes de os poder tapar com os lençóis enquanto faço a cama. Os segundos [aqueles que a memória não apaga] aparecem de dia e adormecem comigo depois de o sol se pôr. Sonho com muito. Sonho que fujo, salto, corro, rio, choro, estou sozinha, acompanhada, em casa, na rua, na faculdade, num (...)
07.Set.17

O caminho que encontrei há um ano

carol
Era o início. O início de algo que eu escolhi sem saber se teria feito realmente a escolha certa. Olhando agora para trás, talvez tenha sido mais uma continuação que um início. Um seguimento de tudo o que estava para trás. E não são sempre as continuações feitas de inícios e de fins? Há um ano, tive um início feliz no ensino superior. Recordá-lo-ei sempre. Não guardo na memória todos os segundos, mas não esqueço as primeiras impressões, os primeiros dias e os primeiros (...)