21 primaveras. Já cá cantam 21 uma primaveras. E o melhor de tudo isto é poder ter vivido, em todas elas, um pouco de todas as estações. A verdade é que a meteorologia da vida tem muito para nos ensinar. Posso ainda saber muito pouco sobre os fenómenos meteorológicos, mas sei que não me posso esquecer do casaco quando preveem um dia com ventos fortes, que é sempre bom proteger a pele do sol nas horas de maior calor e, mesmo que não me costume lembrar, já aprendi que o dia tem (...)
A arquitetura destes dias bons deixa qualquer um com vontade de desenhar a planta perfeita para conseguir usufruir dos raios de sol. A geometria da cidade dá-se a esse luxo porque ir a correr para o areal ainda não faz parte do projeto. Está bom tempo e, por isso, não há tempo para desculpas para não aproveitar. Que é projeto meteorológico que talvez não dure assim tanto apesar de estar na altura de dar início à obra. Arregacemos as mangas que a estética da coisa ainda pede (...)
Deixei as meias no fundo da cama. Estão lá. Debaixo dos lençóis esticados e do edredão puxado para cima antes de sair de casa. A cama está feita e as meias estão lá. Perdi-as a meio da noite passada. Estão perdidas, mas sei onde estão. E não podiam estar num lugar melhor. Que as manhãs ainda começam frescas e os finais de tarde dão o mote para noites invernosas. As tardes ainda não se decidiram. Faz sol, faz chuva e faz aquele tempo que nem é tempo nem deixa de o ser. Os (...)
E agora que este sol maravilhoso apareceu? E agora que começa a pressa de publicar uma fotografia com os pés na areia? Nem sequer está tempo para sair de casa sem um casaco fininho, mas cada um sabe de si. E eu sei que não há nada melhor que virar as páginas de um livro acompanhada por uma boa dose do clima primaveril. Hoje trago três sugestões que esperavam na prateleira pelo meu tempo e por este nosso bom tempo. Voltei a Nora Roberts e às suas trilogias [como já fizera aqui (...)
"Eles dizem que amanhã chove". "Eles dão mau tempo para amanhã". Têm dito, têm dado. "Eles". Os da meteorologia? Os que "escolhem" o tempo? Os que organizam a direção do vento? Os que escolhem os valores da temperatura? Quem são "eles"? Esses que têm tirado as nuvens da gaveta desarrumando-as no céu. Esses que o pintam de azul forte ou de um cinzento escuro. Esses que têm feito do sol prisioneiro. Todos os acusam a "eles". Contudo, ninguém assume a culpa. Ninguém põe as (...)
Estes últimos dias têm inundado o meu telemóvel com fotografias de vidros molhados. Tudo culpa da tempestade Félix e da minha obsessão por gotas de água em janelas com vista para rua. Acho que é uma imagem bonita, dá-nos o detalhe da água que restou, que não se transformou em poça nem nos vai atrapalhar o caminho. É o pormenor que fica depois destes dias bipolares que estão sempre à espera que passemos para o outro lado do vidro, para o lado em que somos o vidro. Mas a (...)