Na minha rua morava uma velhinha que tinha sempre os pés frios. Às vezes gelados. As manhãs passavam-se à meia luz do sol naquele rés-do-chão. Os estores, puxados para cima por alguém sem força ou muito preguiçoso, deixavam a descoberto um vislumbre do tecido coçado dos cortinados. Talvez fosse apenas o efeito dos vidros muito sujos que os fazia parecer terem muitas histórias para contar. A porta da rua precisava há anos, mais do que aqueles que conseguimos contar pelos (...)
Permitam-me aqui um pequeno desabafo. Acabei de fazer uma coisa que até nem tenho como hábito. Numa daquelas pausas do estudo em que tudo é mais interessante do que estudar, dei por mim na página de facebook do The Voice Portugal, programa a que assisto religiosamente, mas não é disso que se trata. Estou estupefacta com as palavras deixadas nas caixas de comentários. Ainda bem que somos livres. (...)
Sabem quando nem dão por isso, mas passam horas a ver os vídeos sugeridos pelo youtube? Sugestões que se tornam sugestões das sugestões das sugestões, estão a acompanhar? Foi nessa viagem infinita que encontrei este vídeo. Nem havia como não partilhá-lo aqui. A simplicidade das coisas [e das pessoas] tem uma capacidade tão complexa de as despir de complexos e torná-las simplesmente em momentos bonitos. Simples assim.
Das coisas bonitas que se encontram por essa in (...)
Todos nós conhecemos uma pessoa que acha que sabe sempre tudo sobre tudo. Aliás, tu considera-te uma pessoa com muita sorte se só conheceres uma pessoa assim. A verdade é que elas andam por aí espalhadas [e não são poucas!]. E ainda mais verdade do que isso é que dá sempre vontade de dizer umas quantas coisas a essas pessoas, no entanto esquece, elas como pensam que sabem sempre tudo já nem querem ouvir nada do que tu tens a dizer. Então estas [tentativas de] dicas são para ti (...)
A vida foi tramada quando te quis só para ela. Nós queríamos-te perto. E tu dividias-te. Eras nosso e eras da vida. Para ser totalmente justa, eras vida. E não foi fácil quando, depois de tudo o que lhe deste, ela te quis por inteiro e te levou sem nos avisar. As memórias mantêm-te por aqui constantemente, ainda que no silêncio daqueles que não estavam, nem nunca estariam, preparados para te ter apenas na memória. E no coração. Ias gostar do que tem acontecido nos últimos (...)
Pergunto-me porque é que guardo determinadas coisas? Como arranjo espaço para guardar tantas caixinhas, caixas e caixotes. Depois [quando já nem me lembro que as guardei] ali estão elas, no mesmo sítio, à espera de um novo lugar [provavelmente, no lixo mais próximo] para darem espaço a outras tantas coisas que na altura da mudança nos parecem [completamente] improprias para habitar um caixote do lixo [é por isso que as deixamos ficar, será?]. A história repete-se. E nunca nada (...)