Diz, quem sabe, que o mundo é redondo. E, pelas voltas que a vida dá, sou capaz de acreditar. Se é plano, não me pertence, já que saiu fora dos meus planos ao descobrir parte de si num postal no interior da minha caixa do correio. Um postal [sintam a excitação, por favor!]. Escrito à mão. Com selos. Vindo diretamente do Dubai. Com uma mensagem de uma das minhas melhores amigas. Não sei como reagir. Devo conseguir contar pelos dedos das mãos o número de vezes que recebi (...)
Podes tentar. Podes até procurar no recanto mais escondido, na gaveta mais trancada, no local mais distante. Podes imaginar, se não o conseguires ver. E podes até nem ver bem. Ninguém vê bem o sol se não souber esperar pela melhor hora para o apreciar. Pacientemente, é possível vê-lo esconder-se, sabe-se lá onde. Retira-se num piscar de olhos aos olhos de quem o observa. Traz a noite, sem mudar muito mais do que a luminosidade das ruas. Faz-se bonito, consoante os lugares. (...)
A arquitetura destes dias bons deixa qualquer um com vontade de desenhar a planta perfeita para conseguir usufruir dos raios de sol. A geometria da cidade dá-se a esse luxo porque ir a correr para o areal ainda não faz parte do projeto. Está bom tempo e, por isso, não há tempo para desculpas para não aproveitar. Que é projeto meteorológico que talvez não dure assim tanto apesar de estar na altura de dar início à obra. Arregacemos as mangas que a estética da coisa ainda pede (...)