- É o fim dos dias positivos! Parece que sim, Soldado. Quer dizer, é o início de dias muito mais positivos do que foram os últimos 14 [até nos significados que atribuímos às palavras, 2020 conseguiu ser maroto!]. O nosso diário partilhado fecha-se hoje. Com a consciência de que, de um momento para o outro, poder-se-á voltar a abrir. Porque ainda não conhecemos o fim, o mundo ainda está virado do avesso, ainda está longe de ficar tudo bemcomo nos prometiam. Porque (...)
O Soldado M. já está um mestre na arte de zaragatoar – quando deixarmos de pôr em prática a ação, podemos passar a pôr em prática o verbo? Enfim, parece que o M do nome, se reciclou para o M de Mestre. Já ninguém o apanha na curva. E não é que o Soldado M. não gostasse de ser testado antes. Fazer testes é [ou era, que isto do tempo passa depressa demais] a praia do nosso soldado. E ter um redondo 20 escrito no cabeçalho [ou um 19,8, vá] a espreguiçadeira em que dormitava (...)
Amanhã é um dia importante para os Soldados. - Vai ditar a nossa liberdade. Assim, e na enorme expectativa de guardar o positivismo apenas para os pensamentos, não há muito a acrescentar sobre o dia de hoje. No campo de batalha, continua tudo calmo. O Soldado F., já livre de funções, aguarda que os restantes possam respirar do mesmo alívio [e do mesmo ar, finalmente sem máscaras]. É por isso que o dia de amanhã é tão importante para os Soldados. E muito possivelmente (...)
E, de repente, é véspera de natal. No campo de batalha dos Soldados M. e F. e no mundo exterior [não podia calhar tudo só aos mesmos, não é?]. Para não ser exceção num ano tão excecional, o natal de 2020 é daqueles que fará parte das histórias começadas por “isto contado ninguém acredita, terias de ter estado lá para ver”. E o mais incrível é que todos [até mesmo os que não estiveram para ver] já tão exasperados de ouvir a[s] mesma[s] história[s], não vão (...)
Às vezes, é só a força do hábito a dar de si, a dizer que também precisa do seu tempo, mas para não lhe darmos tempo suficiente para que perca força e deixe de ser um hábito. Às vezes, é só a saudade a escrever-se antes que possamos sequer pegar numa caneta. Às vezes, é só a necessidade a apresentar-se em primeiro lugar e a mostrar-nos que nem sempre o que nos apetece é o que necessitamos. Às vezes, são só os dias a seguirem o seu rumo e nós a fazermo-nos despercebidos (...)
Não sei se é do sol de inverno. Não sei se é da rotação da Terra. Não sei que voltas a vida dá para terminar numa vida que não parece vivida aqui. Pode ser o efeito da ressaca do repouso ou o tropeçar nos dias que se mostravam demasiado longos para caberem num relógio de pulso. Pode ser a troca da banda sonora com início no despertador pelo silêncio matinal que se espreguiça e se aconchega sem nunca se revelar por completo. Deve ser isso. Isso e o renovar de um playlistque (...)