Este calor não é estacionamento onde queira aparcar. Fosse o veiculo movido a água salgada e areia, revirava o mundo à procura do lugar mais fresco. O mar é destino querido por muitos. Estacionam-se toalhas, chapéus, lancheiras pesadas e até tendas. A praia é parqueamento lotado por corpos que acampam ao mínimo sinal de subida de temperatura. O verão está estranho. Arrumámos as viaturas nos espacinhos que sobram, mas quando pedimos calor não pedíamos esta gorjeta. (...)
Querido mês de agosto, Não sei o que se anda a passar. O mês de outubro nunca esteve tão igual a ti. Tu, seu malandro, ainda cá andas, não andas? Disfarçado, eu sei. O sol nunca esteve tão forte, nem as noites estiveram tão quentes. O casaquinho só funciona até meio da manhã [e é porque parece mal sair de casa quase em novembro com camisolas de manga curta]. As sandálias [até essas] ainda não foram arrumadas. O céu permanece azul e, apesar dos dias serem mais (...)
De regresso. A casa, mas ainda não às rotinas. Sobram uns dias para encerrar as férias de verão deste ano. Por enquanto, arrumam-se as bagagens e repõem-se no lugar tudo aquilo que também teve direito a férias. Fica a sensação do relógio traiçoeiro que empurra as horas demasiado depressa e faz os dias passarem a correr. Nunca há só descanso, mas há sempre o cansaço bom dos dias longos e bem aproveitados. Até é estranho voltar. E [sem volta a dar] volta-se depressa, a (...)
A vida é feita de escolhas. E agora, no verão, o segredo para dormir bem é saber escolher entre o lado fresquinho ou aquele lado bem quentinho da cama. O problema é que ao escolhermos o lado fresquinho [todos escolhemos esse lado] estamos a torná-lo [inevitavelmente] o lado quentinho. Ou adormecemos em 30 segundos com a cabeça na parte onde a almofada ainda está fria ou simplesmente não adormecemos. É assim. Fazemos a nossa escolha [a pensar que sabemos tudo sobre o assunto, só (...)
Cá em casa temos um jarro de água. É dele que nos servimos sempre que a sede aparece. O problema é que estamos a chegar àquela altura do ano em que a sede aparece muitas vezes. E o jarro aproveita-se da situação para ter algum protagonismo [já que fica no seu canto o resto do ano, ali sem ninguém lhe dar muita atenção]. Agora anda de mão em mão. E, atenção, eu não estou com ciúmes do jarro, mas é uma situação que me tem incomodado [um bocadinho] ultimamente. O jarro (...)