De cotovelos apoiados no tampo da secretária, beberricava o chá a ferver na caneca enquanto esperava o início de uma videochamada com uma amiga – na tentativa de substituir os lanches presenciais que partilhávamos com frequência – e pensava na normalidade com que passámos a olhar para as distâncias de um mundo a duas dimensões. A vida cabe, com a maior das facilidades, em ecrãs que, se antes nos davam proximidade, agora nos recordam como estamos longe. As rotinas ajustam-se ao (...)
Onde é que já não estão as doze uvas passas [passadas, provavelmente!]. Por esta altura, já ninguém sequer se lembra das promessas com que brindou ao início do ano vinte vinte. E – entre os números das passas, dos desejos pedidos, dos sonhos por concretizar, dos anos que já passaram e dos que estão para chegar – o mês que se quer inteiro, com tudo e tanto, vai quase na medíocre metade de si. Afinal, nem nós nos descobrimos diferentes, nem 2020 é um ano assim tão (...)
No dia de ano novo a RTP transmitiu o filme La La Land. Sim, comecei 2019 a [re]ver um filme de 2017 [que mal tem isso?]. Como é óbvio e porque sou muito fraca tenho ouvido, desde então, a banda sonora em loop. Entre músicas, li, por essas redes sociais, muitos posts com [as mesmas] resoluções para 2019. E percebi que o filme poderia muito bem ser um filme de ano novo, porque, efetivamente, contém as promessas que repetimos ano após ano. Não sei se já se tinham apercebido (...)
[texto publicado no site Uniarea] Caro/a colega, Esta carta é para ti, que começas 2019 na universidade, a fazer exames. Quero que saibas que não estás sozinho/a nesta luta. Como tu, estou eu e outros tantos milhares de estudantes universitários. Compreendo bem o que sentes. É como se uma parte do ano 2018 (...)
Em época de brindar ao ano novo [e ao velho, para sermos completamente justos e não o despedirmos sem nos despedirmos convenientemente] o som dos copos de cristal a tilintar é música para muitos ouvidos. Nesta altura em que se bebe e deseja em medidas igualmente consideráveis [e desmedidas de noção], percebo que tenho despejado pouco líquido realmente apetecível no it's carol. Ando afogada noutros recipientes e quando alcanço a superfície sinto demasiada vontade de repor a (...)
2018 começou há duas semanas e, como entretanto tem-me faltado o tempo, só agora venho fazer a minha lista de 18 coisas que quero fazer este ano. Sempre a tempo, mesmo sem tempo, não é? Quero conseguir não viciar a bateria do telemóvel [e não me viciar a mim... Difícil!].Uma nova medida que já implementei foi desativar a opção que permite aos utilizadores do whatsapp ver quando foi a última vez que estivemos online [isso era extremamente controlador e desconfortável, por (...)