Ensinam-nos, desde cedo, que não conseguimos prever o futuro. Há um ano fomos postos à prova [de aferição e aflição] e já podemos admitir que a grande maioria falhou a escolha múltipla que valia mais pontos. Há precisamente um ano, as mensagens de aniversário que recebi chegavam cheias de promessas para “quando tudo isto passar”. Não vos posso julgar. Todos achávamos que “isto” ia passar em poucos dias – no máximo dos máximos, num mês estava tudo resolvido. Pensar (...)
Lembro-me que, há pouco mais de um mês, tentava escolher um lugar para reunir os amigos e, juntos, apagarmos as 22 velas de um bolo comprado numa pastelaria na véspera. Lembro-me tão bem do momento em que sabia tão pouco que o tanto que se sucedeu ocupa agora memórias difusas. Os primeiros casos e o caos total. As aulas suspensas e a suspensão das restantes folhas do calendário. O ficar em casa até tudo passar e sairmos disto mais passados do que já eramos. Os telejornais como (...)
21 primaveras. Já cá cantam 21 uma primaveras. E o melhor de tudo isto é poder ter vivido, em todas elas, um pouco de todas as estações. A verdade é que a meteorologia da vida tem muito para nos ensinar. Posso ainda saber muito pouco sobre os fenómenos meteorológicos, mas sei que não me posso esquecer do casaco quando preveem um dia com ventos fortes, que é sempre bom proteger a pele do sol nas horas de maior calor e, mesmo que não me costume lembrar, já aprendi que o dia tem (...)