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it's carol

Um blog sobre tudo. Sobre o que me apetecer. Acima de tudo, sobre o que sou.

20.Fev.19

Super contradições para seres tão pequenos

Seis horas e cinquenta e cinco minutos. Se tivesse comprado bilhete, seria esta a hora marcada. O momento em que soube que partiria sem olhar para trás, de queixo erguido e com um sorriso orgulhoso por saber o destino que me receberia naquela madrugada. E não é este ar que têm todos os viajantes em véspera de dar à sola para ir dar ao sol lá longe?

 

Pois que me deixem a lua. E que a deixem como a encontrei esta manhã, ao fazer uma curva, entre a copa das árvores e a quarta mudança da caixa de velocidades. Tão perfeitamente desenhada que nem a imaginação mais fértil de uma criança conseguiria replicar algo tão infantil. E isso entristece-me. Entristece-me saber que nos contentamos mais com a perfeição do que com a diferença. Mas então, não nos estão sempre a dizer que a perfeição não existe?

 

Acho este mundo das pessoas perfeitas demasiado imperfeito para mim. É por isso que sinto que uma qualquer força superior me empurrou para aquele caminho, no sentido do melhor que o universo tem, na direção da lua e da criança que resta dentro de mim. Na verdade, considero isto de ser criança relativo. Não é preciso sermos seres pequenos e curiosos para acreditarmos que a lua é do tamanho que a queremos imaginar.

 

Por breves instantes, acreditei-me Neil Amstrong. Embora tivesse a sensação de que se esticasse um braço conseguiria tocar naquela bola tão brilhante sem ser preciso recorrer a um foguetão e a todas as burocracias envolvidas. E isso era quase possível. Quase. Não fosse o mundo real convencer-nos de que a lua está a quase 350 000 km da Terra, a mesma distância a que estamos de usufruirmos de um universo criativo.

 

Aquela era a lua da imaginação. O que é bastante diferente de ser uma lua imaginária. Soube, mais tarde, que se tratava de uma super lua. Isso é coisa de jornais. E faz-me acreditar que não estamos assim tão perdidos, que numa realidade onde nada nos serve por ser tão pequeno, ainda há algo que seja super para além do supermercado. E sabem o que compraria agora? Uma lua. Mas uma super lua. E nem preciso que me vendam um bilhete para a visitar. Deixem-me tê-la.

 

Há qualquer coisa de certo num mundo tão errado que não se aceita criança para sempre, mas escreve sobre o super satélite natural da Terra.

 

Carol

 

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