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it's carol

Um blog sobre tudo. Sobre o que me apetecer. Acima de tudo, sobre o que sou.

05.Set.18

Inícios, fins e tudo o que ficou para trás

Amanhã é o primeiro dia de aulas do meu último ano de licenciatura. Esta é daquelas frases que digo e oiço, mas que ainda não tenho bem consciência do seu verdadeiro significado. Porque significa um início, um fim e tudo o que ficou para trás. Ser estudante universitária de Comunicação Social e Cultural tem sido uma experiência deveras surpreendente. Parece que a escola já ficou para trás há muito tempo, quando, na verdade, passaram apenas dois anos. Tenho agora consciência da bagagem que trouxe do ensino básico e secundário, e percebo quão fundamentais foram as pessoas e as situações por que passei. Hoje olho para trás com saudade, há em mim uma eterna nostalgia dos passados felizes que permitem futuros esperançosos, e consigo compreender a importância que a escola tem na vida de um jovem que, por muito que queira, pouco ou nada sabe sobre o exercício que é a passagem do tempo. A escola consegue ser tanto. É muito para além da instituição, é a formação e o crescimento, e também todas as coisas chatas a que todos a associam. É uma passagem de testemunho entre pessoas tão diferentes. Mas é também a corrida e a competição. Nunca me agradou muito esse atletismo desmedido. Percebo agora que me acompanhará ao longo de várias etapas. Creio que é um esforço físico que se suporta.

Essa foi uma corrida que ficou para trás e que, no entanto, me impulsionou para uma nova frente. Uma pista que iniciei às cegas: a universidade. Digamos que é uma versão do jogo para adultos. As exigências são outras. Nós também estamos diferentes. É na faculdade que pomos à prova o que aprendemos e que, muitas vezes, ignorámos por acharmos ser desnecessário. Sem darmos por isso, demos um salto em altura, que só compreendemos mais tarde. E é engraçado como passamos a atribuir outros significados às coisas. De repente, o tempo é uma bola de ténis que corremos para apanhar e que, mal a vemos, já nos escapou novamente. Subimos de nível e o jogo torna-se mais difícil. Adquirimos experiência e, com treino, vamos conseguindo acompanhar a competição. Continua a haver bagagem para recolher. Porque, até começarmos a encontrar o nosso lugar no mapa, o que é isto senão uma viagem sem destino à partida? Tenho tido sorte. Muita sorte. Reconheço-a cada vez melhor. É uma viagem que não faço sozinha, uma competição que partilho com jogadores que não fazem batota. Contra factos, não há argumentos. E tenho tido a meu favor a minha família, os meus amigos e tantas outras pessoas. Só com isto, levo um grande avanço. Se a gratidão desse pontos, estariam todos no pódio da classificação. Mas, confesso, sabe-me muito bem saber que consigo treinar sozinha, saber que se eu não o fizer, ninguém o fará por mim. 

Amanhã é o primeiro dia de aulas do meu último ano de licenciatura. Nesta frase estão um início, um meio, um fim e tudo o que ficou para trás. Agora, ainda não tenho consciência do que isso significa. Nem tenho pressa em saber. Já aprendi que o tempo é um corredor irrepreensível. Correr ao seu lado é difícil. Mas se encontramos um ritmo que nos permita tê-lo sob controlo, conseguiremos desfrutar da corrida. Esse é o meu objetivo. Competições? Não gosto de pensar nisso, prefiro esquecer e criar as minhas próprias metas. Amanhã é o primeiro dia de aulas do meu último ano de licenciatura. Ainda no outro dia estava a entrar no secundário. E, acreditem, a junção destas duas frases tem muitos significados para mim. 

 

Quem corre por gosto não cansa? Não é bem assim. Deixemos isso para depois. Boa sorte para todos os que também começam, acabam e reconhecem a importância de tudo o que ficou para trás. Aproveitem. O relógio não comete faltas. Até somos jogadores sortudos, se soubermos reconhecer as oportunidades que o tempo e a experiência nos dão.

 

Carol

 

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