Fosse o sapato de cristal a salvação...
Viva o pé descalço que a época já permite. Viva o abandono do sapato depois de horas nas alturas. Viva a liberdade de ser cinderela. Viva as princesas que não precisam de príncipes encantados para se calçarem. Que os pés querem-se independentes. São suportes para o corpo e alavancas para mentes que gostam de caminhar depressa. Começa agora o meu retiro para dar início ao percurso que separa os exames finais das férias de verão. Não conto sair do mesmo sítio nos próximos tempos, mas espero andar a um bom ritmo no estudo. A ver se a matéria entra a pés juntos e não escorrega nem se esconde atrás de outras memórias ou vontades. Os ponteiros correm e é tempo perdido aquele que passa sem o termos conseguido acompanhar. Não caminhamos todos ao mesmo ritmo, mas nesta época sinto que a direção é partilhada. Pisem a concentração e o entendimento, as pegadas da sabedoria. E, agora que os dias parecem correr com uma nova energia, a noite faz-se mais cedo e já vai a meio muito antes da meia noite. As doze badaladas tocam, o cérebro repousa na almofada e os conceitos correm escadaria abaixo os sonhos de quem dorme. Não são sapatos de cristal que nos safam destas alturas pouco encantadas. Mas haja uma fada-madrinha por aí escondida que nos ajude ou abóboras que nos levem ao destino. É mais fácil lidar com alguns números da sapataria...
Época de exames. Não é para sempre, mas que a vivamos felizes enquanto dure.
Boa sorte a quem arrisca pôr os pés neste piso escorregadio,
Carol