Encerrar uma questão prévia
Há dias [talvez até semanas] que ando com uma palavra aqui entalada. A mim, alguém que as estima como estimamos um objeto com um valor sentimental insubstituível. Não é pela palavra em si, é a frustração de a ter escrito, enviado e só depois me ter apercebido de que a utilizei mal. Mas foi sem querer. E agora parece que está sempre a surgir. Em conversas alheias, nas notícias online, nas folhas deixadas por aí. Pronto, nas folhas talvez não, já ninguém deixa folhas por aí quando pode utilizar o whatsapp e dizer o mesmo sem gastar tanto papel. E se eu tivesse escrito esta palavra numa mensagem informal, rapidamente a teria corrigido e enviado uma nova mensagem com a palavra certa após um asterisco. O melhor de tudo é que a minha palavra [entretanto achei por bem acolhé-la e dar-lhe uma nova oportunidade] viajou por email e num tom bastante formal até. Não percebem a frustração de quem percebe que enviou um posteriormente no lugar de um previamente. Faz toda a diferença. E por saber distinguir essa diferença [isso nunca esteve em causa] é que me senti tão incomodada. Escrevi-a à pressa e, apesar desse detalhe importante, não acho que seja uma desculpa válida. Revi o email [à pressa, é verdade]. E a palavra errada foi no lugar da certa.
Perante o pensamento de escrever um novo email a justificar o erro [e a corrigi-lo, já agora], preferi optar por não dar tanta importância à situação. Se consegui? Claro que não. Se estou a levar este assunto demasiado a sério? Claro que sim. O que é que querem? Admito a falha. Posteriormente, fiquei a pensar no previamente que nunca chegou a ser enviado. Que ao menos isso tenha permitido ao recetor um sorriso [daqueles trocista]. Mas eu sei escrever [juro que sim!]. E sei muito bem distinguir um previamente de um posteriormente. Talvez não saiba distinguir tão bem os assuntos que merecem realmente ocupar tanto tempo no meu pensamento. Talvez não saiba lidar com emails enviados em cima do joelho. Talvez não saiba desvalorizar estes pequenos detalhes.
Por gostar de histórias com finais felizes [e a utilização correta das palavras], encerro aqui [e convosco] este meu pequeno sofrimento silencioso. E lembrem-se [para o caso de quererem retirar algo deste desabafo sem contexto]: até podem não haver as palavras certas, porém, não se arrisquem a não ter a certeza da sua utilização. Admito o meu erro. E, em jeito de tréguas para comigo mesma, faço questão de o corrigir:
*Posteriormente a um email falhado e que me tem tirado o sono, reconheço que deveria ter detetado o erro previamente e, por isso, envio a minha posterior correção. Obviamente que deve ter percebido a mensagem na mesma. Espero ter proporcionado um posterior sorriso genuíno, embora queira deixar claro que não foi previamente propositado. E não, a culpa nem sequer foi do corretor automático.
Com os meus melhores cumprimentos [os prévios e os posteriores à minha falha],
Carol