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it's carol

Um blog sobre tudo. Sobre o que me apetecer. Acima de tudo, sobre o que sou.

29.Abr.19

Cabeça nas nuvens

Quando o céu se decora com nuvens que qualquer algodão doce invejaria, gosto de as delinear com a ponta do dedo e acreditar que os sonhos têm aquela forma tão palpável e aconchegante e aquela proximidade tão assustadoramente real que, com um braço esticado e um salto de fazer sentir os pés, parece fácil de meter um pedaço de nuvem no bolso. Observar os sonhos tão perto faz-me pensar que nunca ninguém me disse que eles têm limites. Mas eu sei que o dizem. E, com isso, não percebo o que querem dizer.

 

Os sonhos alimentam-nos, contudo não são um iogurte com prazo de validade, que ou se devora rapidamente ou se deita fora antes que, por engano, seja consumido após a data inscrita na embalagem. Podem perdurar durante uma vida e não são menos sonhos por isso. Podem nunca ver a sua concretização ou podem evoluir para algo ainda melhor.

 

Os sonhos mantêm-nos acordados, até quando deveríamos estar a dormir e, provavelmente, a sonhar. Despertam-nos, mantendo-nos acordados para a vida, mesmo habitando uma vida paralela. Não são para ontem nem, necessariamente, para amanhã. Não são uma lista de obrigações a cumprir. Os sonhos são a liberdade de cada um, até mesmo quando são partilhados. É essa a beleza dos sonhos. É essa a essência de sonhar. 

 

Nunca ninguém me disse que os sonhos têm limites. Têm, sim, implicações. Daquelas nuvens volumosas, também chove [e bem]. Os sonhos têm o poder de nos constipar, de nos molhar e de nos mostrar que a queda do salto na sua direção pode ser mais dolorosa do que, inicialmente, parecia. Mas os sonhos são todos diferentes. Alguns serão sempre aquela nuvem que faz parte do cenário, outros tornam-se [nos] no que somos. E não é suposto ser de outra forma.

 

Os sonhos são a nossa forma mais autêntica de sermos quem somos. Encontro-os nas nuvens. Em muitas. Saltarei bastante, tanto quanto sonho. Procurarei outras formas de chegar até elas. Porque nunca ninguém me disse que os sonhos têm limites. E ainda bem que assim foi. Porque, se há coisa que sempre me disseram, é que não devemos contar mentiras. 

 

Os aeroportos estão cheios de sonhadores à espera de uma forma de chegar às suas nuvens.

 

Carol

 

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