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it's carol

Um blog sobre tudo. Sobre o que me apetecer. Acima de tudo, sobre o que sou.

01.Jun.18

Às páginas tantas [#6]

Estou quase quase de férias [ainda falta um danoninho]. Não vejo a hora de ter todos os minutos do mundo para pôr a leitura em dia e deixar de andar nesta coisa de ler livros às prestações. Isso não resulta comigo. Por isso, armei-me em rebelde e li em poucos dias a história encantadora [enviada pela editora Castor de Papel] do octogenário Ferdinand Brun, o protagonista de Viver na Flauta. Foi uma boa descoberta. É uma narrativa descontraída que coloca de parte os clichés e nos mostra, com humor, o lado de lá do mau humor de alguém. Ferdinand é o centro de uma série de peripécias que não só nos fazem rir, como também refletir sobre algumas atitudes que temos ou a postura que tomamos perante determinadas situações. Este velho vive só, mas nem viver ele quer. Afasta-se de tudo e de todos enquanto conta os dias para que sua longa e enfadonha vida termine finalmente. O que Ferdinand não espera é perceber que, depois de ser traído pela mulher, perder a sua cadela Daisy e ouvir incessantemente os pedidos da filha para ir para um lar, a vida ainda tem oportunidades e pessoas para lhe dar. Será que o Sr. Brun está disposto a receber na privacidade da sua casa a perspicácia de Juliete, a menina de 10 anos? E a surpreendente nonagenária Béatrice, será um desafio à sua altura?

 

Uma coisa é certa, Ferdinand não mais terá sob controlo a sua existência maçadora. Nós vamos adorá-lo e [de vez em quando] detestá-lo. Vamos torcer para que os seus planos resultem ou para que dê tudo furado. Vamos afeiçoar-nos a ele, até mesmo quando Brun parece ter deixado o coração numas páginas atrás. Gostei de cada surpresa que este livro traz. E era exatamente aquilo que estava a precisar enquanto só molho a ponta dos pés porque ainda faço a digestão da literatura universitária. Mal posso esperar por mergulhar por completo nos livros que me esperam este verão. Por agora, esta aprazível leitura foi boa para abrir o apetite. Nada de dramas, nada de vidas perfeitas. Os episódios de Ferdinand Brun são também nossos, naqueles dias em que estamos particularmente sarcásticos. 

 

Às páginas tantas, aparece sempre alguém que, quer nós queiramos ou não, vai conseguir agitar a nossa vida e fazer dela algo diferente. Diferente para melhor, se nós colaborarmos. 

 

Carol

 

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