Às páginas tantas [#11]
A sugestão de leitura que vos trago desta vez chega com algum atraso. Ainda assim, já diz o ditado, "mais vale tarde que nunca". E, como "não há duas sem três", este livro [enviado pela editora O Castor de Papel] tem um título muito familiar: Não Há Rosas Sem Espinhos. Da mesma autora de Viver na Flauta [sobre o qual já partilhei a minha opinião], dá-nos a conhecer a história de uma mãe solteira, Rose, que vai ver o seu mundo virado do avesso depois do seu único filho sair de casa. A protagonista não irá ter a vida facilitada quando dá por si a ser dama de companhia de Colette, uma idosa com manias muito estranhas. Ou será que o seu trabalho é ser a dama de companhia de Pépette, um cão com uma dona muito peculiar? Mas e Rose? O que é feito da sua própria vida? Os episódios que ocuparão os seus dias [e serão mais que muitos] fá-la-ão compreender que precisa de começar a olhar mais para si antes de se preocupar tanto com aqueles que a rodeiam.
Muito descontraída e com bastante sentido de humor, esta é uma história que se saboreia com calma durante aquele período de tempo em que decidimos abstrair-nos de tudo. O registo é bastante semelhante ao de Viver na Flauta, por isso, parece-me que Aurélie Valognes, a autora, correspondeu às expectativas, ao contar-nos o dia-a-dia de personagens que passam por momentos tão caricatos [e, outras vezes, tão banais] quanto qualquer um de nós. Embora se trate de uma história feliz [com algumas infelicidades pelo meio], há situações nas quais a autora não está com rodeios e confronta-nos com a "realidade" tal como ela é: descontrolada. Trazia estas páginas há algum tempo guardadas, mas como tão bem este livro nos faz refletir, o passado pode existir para sempre no nosso presente, cabe-nos decidir o que fazer com ele no futuro. Decidi que estava na altura de partilhar Não Há Rosas Sem Espinhos convosco. E desse lado, alguma sugestão que tragam no bolso?
Às páginas tantas, nunca conseguimos ser o tanto que desejamos ser para os outros se não o formos para nós primeiro. Parece fácil, contudo, raramente colocamos em prática este exercício de nos colocarmos em frente ao espelho.
Carol
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