Às páginas tantas [#10]
Antes de começar a escrever este post, apercebi-me de que não escrevo um Às páginas tantas desde setembro do ano passado. E, muito honestamente, não sei se estive todo este tempo sem abrir um livro a sério, daqueles que me enchem as medidas, ou se a vida académica me fez achar que tinha a leitura em dia. Mas isso é outra história. Entrei em 2019 com uma lista de livros tão grande que corro o risco de ter confundido alguns dos títulos com os desejos de ano novo.
Abri o calendário com uma estreia absoluta na minha biblioteca: Vem voar comigo, de Margarida Rebelo Pinto. Foi-me enviado pela JB [obrigada, Joana!] e era um dos livros que mais aguardava, sendo, por isso, o primeiro a ser folheado [e completamente devorado] com toda a atenção. Uma das primeiras coisas que esta obra me fez perceber foi que tinha cometido um grande erro: nunca tinha lido nada da autora. Como não? Identifiquei-me muito com o seu estilo de escrita, o que aumentou ainda mais o meu entusiasmo e me fez chegar rapidamente ao final. Se tivesse de descrever Vem voar comigo numa expressão, diria que é um tiro certeiro. Tão certeiro que só me apetecia anotar, no caderninho-de-frases-para-não-esquecer, parágrafo atrás de parágrafo. Sobre o amor, mas acima de tudo sobre como as mulheres se relacionam com o amor na sua forma mais fugaz ou intensa. Sobre ser mulher nos dias que correm [ou nos que não correm e são passados no sofá]. Sobre três seres do sexo feminino tão diferentes e, ainda assim, com tanto em comum.
« A natureza é isto, quando uma planta se decide a crescer, é preciso domá-la para que não se torne maior do que a própria vida. »
- Vem voar comigo
Este livro fez-me sorrir e rir [muitas vezes]. Sem meias palavras, vai direto ao assunto e diz aquilo que, muitas vezes, pensamos sobre o tudo o que nos rodeia. É uma reflexão, sem vergonha da vida em geral, aos olhos de três mulheres que, afinal, têm um bocadinho de todas nós. Podemos nem sempre concordar [mas não vamos conseguir ignorar e ficamos a refletir sobre o assunto] ou, de vez em quando, querer sublinhar toda uma página com o marcador mais fluorescente que tivermos à mão [por acharmos que podíamos ter sido nós a escrevê-lo].
Vem voar comigo entrou diretamente para a minha lista de livros preferidos [também conhecida por lista de livros-que-vou-manter-por-perto-e-de-certeza-ler-muitas-vezes], o que significa que 2019 não podia ter começado em melhores páginas. Lembram-se de vos ter falado na minha viagem aqui? Pois fiquem a saber que não podia ter aterrado mais segura nem ter escolhido uma primeira paragem que me recebesse tão bem. Adorei a escrita sem rodeios de Margarida Rebelo Pinto. Confesso que quero ler mais livros da autora. Alguma sugestão desse lado?
Às páginas tantas, e nem de propósito, levantei voo para um paraíso reconfortante e que me atingiu bem perto do coração [sabem quando sentem que estão em casa?].
Carol
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