4 situações que encontrarás em novembro
Para o caso de ainda não teres dado conta, novembro já ganhou balanço e chutou outubro para canto. Gosto deste mês. Nem sei bem porquê. É uma daquelas simpatias que temos sem nenhuma justificação. Mas também reconheço que há em novembro uma sucessão de acontecimentos que se repete todos os anos. É inevitável. Se nunca te apercebeste disto, presta bem atenção ao momento "bola de cristal" que se segue. Estas são as 4 situações que encontrarás em novembro:
- Suportar as birras da meteorologia, uma criança mimada e egoísta. Não terás a vida facilitada. Prepara-te para assistires a uma boa trovoada exatamente no local, sem roupa adequada e longe de um espaço abrigado. Sabes aquela birra a que já assististe, num lugar público, com uma criança esparramada no chão a chorar compulsivamente e um/a progenitor/a a tentar mostrar que não está minimamente preocupado/a quando, na verdade, há um público extremamente interessado em assistir ao espetáculo? Pois, isso serás tu e um dia, particularmente, invernoso [e mimado]. O egoísmo surge depois, naqueles dias em que planeaste não sair de casa porque "até vai saber bem estar resguardado/a da chuva". Esses serão os melhores dias para estar na rua. Um sol de inverno radiante, temperaturas um pouco mais altas e as redes sociais a bombar, repletas de fotografias ao ar-livre. E tu, onde estás? Em casa, a fingir que o dia lá fora não podia estar pior.
- O regresso do Ambrósio. Não tens escolha. Não há atividade mais típica deste mês que rever pela ___ [inserir valor: multiplicar anos de vida pelo número de dias que pertencem aos seis meses que antecedem o mês de dezembro] vez o anúncio de Ferrero Rocher. É o hino de novembro. Admite, sabes o diálogo de cor. Não há problema nisso. Esta publicidade marca oficialmente o início da época natalícia e, consequentemente, de todas as outras situações que apresento a seguir. Será que, nesta altura do ano, alguém se atreve a entrar num uber e dizer que lhe apetece tomar algo? Não acham que entre novembro e janeiro, os condutores deveriam ser avaliados numa escala de "Sem Recheio" a "Bravo, Ambrósio!" ?
- Decorações de natal e Mariah Carey a surgirem que nem cogumelos. Não há como fugir desta. As ruas e os centros comerciais são os espaços que mais vivem desta época. Antes da época. O espírito é muito engraçado e tudo mais. Sim, concordo e adoro o natal. Mas gosto mais dele quando é vivido no seu tempo e não meio ano antes. E a pressão que as músicas de natal exercem sobre as pessoas? A passarem em loop nas lojas de roupa, acabando por te obrigar a fazer uma lista mental sobre as prendas que vais querer oferecer [mas que só vais comprar na véspera]. Por este andar, daqui a uns anos estamos no carro, a regressar da praia, em pleno mês de agosto, e não nos sai da cabeça que tudo o que eu quero para este natal és tuuuuuuuu, bebé. Sabem os sons de sininhos que todas as músicas de natal têm? Já os consigo ouvir ao longe.
- Assistir à revelação do amigo/familiar fanático pelo natal. É o tempo dele/a se assumir. De certeza que conheces alguém que decora a casa nos primeiros dias de novembro. Desde a porta até aos lençóis da cama. A casa torna-se numa tela pintada a tons vermelhos, brancos e verdes. Um pequeno museu. Aposto que esta pessoa, no seu íntimo, tem um plano [que ainda não teve coragem de pôr em prática] para raptar o Pai Natal contratado pelo shopping. O único problema deste fanatismo é que não consegue ser vivido sozinho. Vai-te fazer sentir mal por ainda não te teres sequer apercebido que o natal está perto [mas longe!]. Repete várias vezes a lista de presentes que espera receber, na esperança que tu prestes atenção e lhe ofereças algo que seja do seu agrado. Sempre que o/a encontrares, vais perceber que se tornou num calendário com pernas, pois fará questão de mencionar o tempo que falta para o derradeiro dia de natal. Para além de tudo o que já foi mencionado, esta pessoa vai-te perguntar o que pensas fazer na passagem de ano e tu vais cair em ti e perceber que ainda não concretizaste nem metade dos desejos que pediste para 2018. Como é que só faltam dois meses para 2019?
Aproveita novembro e confirma se tenho ou não razão. Sentes que este post menciona demasiadas vezes a palavra "natal"? Lamento, mas irias saber de qualquer das maneiras. Começo a achar que esta moda de "aproveitar a vida" antecipa as festividades. Não me culpes. Aceita.
Novembro é o novo dezembro.
Carol