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it's carol

Um blog sobre tudo. Sobre o que me apetecer. Acima de tudo, sobre o que sou.

13.Jun.19

Direito de não fazer nada, onde andas?

Estava para aqui a estudar Direito e a pensar que não há direito para não estar a fazer outra coisa que me deixe mais feliz. É que, no meio de todos estes artigos, ocupa-me de mais a teoria para alguém que tanto gosta de se ocupar da prática. Não bastam as regras, existem em duplicado as exceções. Por isso, e como boa cidadã que sou, achei que me devia apropriar delas e abandonar os livros durante uns minutos [que já se somam longos só em distrações despropositadas] para vos escrever sobre as situações que, propositadamente, me têm mantido um pouco afastada. 

 

Acho que a vida se fazia na mesma sem todas estas legislações e estes códigos, que só me soam bem nos diálogos de How to Get Away With Murder. Em minha defesa, tenho conseguido calar os argumentos de quem diz que os dias não dão para nada. Ultimamente, os meus têm dado para muito [talvez não para estudar Direito, mas isso é outra conversa]. E, para além de ser inocente até prova em contrário, porque matar tempo é coisa que não tenho feito, tenho em mãos o bonito caso de escrever um final feliz de um capítulo e começar a adivinhar o percurso dos próximos. Isto sim, é coisa digna de se sublinhar e espalhar em post-it coloridos. 

 

Os últimos três anos foram muito mais do que eu esperava, mesmo que não estivesse à espera de nada em concreto. Olhar agora para trás e perceber a velocidade com que passaram é de loucos. E não os acuso de nada por isso, só os posso defender e dar-lhes a garantia de que, tudo o que fica deles em mim, será tinta que utilizarei para escrever o que se segue. Lá estou eu novamente a pender para as metáforas da imaginação, que, com todas as suas formas, vejo muito mais direita do que os artigos da Constituição. Mas, se há coisa que aprendi com estes três anos de licenciatura, é que, daqui em diante, quero muito poder entregar-me por completo a tudo o que, verdadeiramente, me enche as medidas. E ter essa certeza tão incerta de que ainda há muito por preencher, é tão desafiante que me faz perceber que a licenciatura me trouxe para um caminho certo. 

 

Chegada ao destino, vamos lá fechar esta porta, para poder abrir outras sem criar corrente de ar, e provar que, mesmo que nunca tenha sonhado com a advocacia, também sei pôr em prática algumas leis, ou, pelo menos, sublinhar números infindáveis de artigos. Tenho pouco jeito para fazer de advogada do diabo, mas assim que for propositado largar estas leituras, venham de lá os romances clichês. Troco sem pensar duas vezes. Isso sim, é exercer o direito de ser feliz entre páginas que me "constituem" muito mais.

 

Dire[i]tamente de uma universitária a um exame de entrar de férias,

 

Carol

 

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