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it's carol

Um blog sobre tudo. Sobre o que me apetecer. Acima de tudo, sobre o que sou.

23.Fev.19

Dois anos de It's Carol

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Há datas que não podem passar em branco de tão coloridas que são. O It's Carol completa dois anos. Mais do que um compromisso que criei para comigo [e com quem por aqui vai passando], é um cantinho de sonhos na imensidão do universo online. Faz-me sentido. E se não é isso o mais importante, então não sei o que será. Há dias em que só me apetece viver nele, escrever sobre tudo e sobre nada, há outros em que emigro e nem penso muito no assunto, porque, no fundo, sei que, quando voltar, é como se nunca o tivesse deixado. Para mim, esta é uma casa com vista para o arco-íris, situada no bairro da internet que é, tantas vezes, tão escura.

 

Nem sempre é fácil encontrar a cor que queremos quando há tanto por onde escolher. Mas, nestes dois anos, há uma coisa da qual não duvido: tenho pintado o It's Carol como bem me apetece. Afinal, essa é uma vantagem de o ter só para mim durante a fase da pintura, antes de o partilhar convosco. E sabem o que é mais engraçado? É que muitos dos que passam aqui por casa [de repente, parece que estou a falar do Programa da Cristina] já perceberam que sou uma artista que gosta de testar, de abusar da ironia, do sentido de humor e, acima de tudo, da verdade com que pintamos a vida. É muito bom poder ler as vossas assinaturas e saber que não pinto sozinha. Para lá de uma casa, um cantinho acolhedor que se gosta longe de multidões, o que é o It's Carol se não uma tela em branco sempre à espera de ser preenchida sem muito sentido, contudo no sentido certo? 

 

Pinceladas que mais marcaram este último ano [e o outro]:

5 frases que todos os solteiros ouvem no dia dos namorados

Significados de Algarve em agosto

Estação incerta. Certa de que é estação.

O cliché da vida real

Carta para quem começa 2019 a estudar

Marias não há assim tantas

Inícios, fins e tudo o que ficou para trás

Onde não cabe o cantar do galo

Em nome de todas as pessoas pontuais

20 anos e memórias de uma vida sem preocupações

 

Muito obrigada a ti, que estás desse lado, mas deste lado. Muito obrigada por pintares o It's Carol comigo. Estás no lado certo do nosso coração. 

 

Parabéns, It's Carol! Sabes que és uma parte importante na decoração de uma vida que se vai arrumando aos poucos.

 

Carol

 

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20.Fev.19

Super contradições para seres tão pequenos

Seis horas e cinquenta e cinco minutos. Se tivesse comprado bilhete, seria esta a hora marcada. O momento em que soube que partiria sem olhar para trás, de queixo erguido e com um sorriso orgulhoso por saber o destino que me receberia naquela madrugada. E não é este ar que têm todos os viajantes em véspera de dar à sola para ir dar ao sol lá longe?

 

Pois que me deixem a lua. E que a deixem como a encontrei esta manhã, ao fazer uma curva, entre a copa das árvores e a quarta mudança da caixa de velocidades. Tão perfeitamente desenhada que nem a imaginação mais fértil de uma criança conseguiria replicar algo tão infantil. E isso entristece-me. Entristece-me saber que nos contentamos mais com a perfeição do que com a diferença. Mas então, não nos estão sempre a dizer que a perfeição não existe?

 

Acho este mundo das pessoas perfeitas demasiado imperfeito para mim. É por isso que sinto que uma qualquer força superior me empurrou para aquele caminho, no sentido do melhor que o universo tem, na direção da lua e da criança que resta dentro de mim. Na verdade, considero isto de ser criança relativo. Não é preciso sermos seres pequenos e curiosos para acreditarmos que a lua é do tamanho que a queremos imaginar.

 

Por breves instantes, acreditei-me Neil Amstrong. Embora tivesse a sensação de que se esticasse um braço conseguiria tocar naquela bola tão brilhante sem ser preciso recorrer a um foguetão e a todas as burocracias envolvidas. E isso era quase possível. Quase. Não fosse o mundo real convencer-nos de que a lua está a quase 350 000 km da Terra, a mesma distância a que estamos de usufruirmos de um universo criativo.

 

Aquela era a lua da imaginação. O que é bastante diferente de ser uma lua imaginária. Soube, mais tarde, que se tratava de uma super lua. Isso é coisa de jornais. E faz-me acreditar que não estamos assim tão perdidos, que numa realidade onde nada nos serve por ser tão pequeno, ainda há algo que seja super para além do supermercado. E sabem o que compraria agora? Uma lua. Mas uma super lua. E nem preciso que me vendam um bilhete para a visitar. Deixem-me tê-la.

 

Há qualquer coisa de certo num mundo tão errado que não se aceita criança para sempre, mas escreve sobre o super satélite natural da Terra.

 

Carol

 

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13.Fev.19

5 frases que todos os solteiros ouvem no dia dos namorados

Todos sabemos que fevereiro é o mês das montras com corações, dos cartazes com corações, das paredes com corações, das pessoas com corações [para além dos verdadeiros, claro], dos corações com corações... Enfim, fevereiro é o mês dos corações no geral, em todo e qualquer lado em particular. Até é bonito ver o mundo ganhar aquele tom vermelho vivo por uns dias numa homenagem, cada vez mais comercial, aos namorados. Deixem-me, então, dizer aqui uma coisa: os solteiros nada têm contra este dia. Lá por sermos mais poupados no que diz respeito a prendas e a assuntos mais sensíveis, não nos tratem como seres mais fracos, está bem?

 

Solteiros que me leem, sei que me compreenderão porque, de certeza, já ouviram aquelas frases que os namorados [dos outros] gostam muito de nos dizer. Reuni, numa pequena lista, as 5 frases que todos os solteiros ouvem no dia dos namorados, juntamente com os pensamentos que se seguem nas nossas mentes muito pacientes.

 

- "É um dia como outro qualquer". Sim. Claro que sim. Por isso mesmo é que tu estás, com alguma dificuldade, a transportar um urso de peluche que é maior do que tu, na esperança de que ninguém se aperceba. Afinal, é uma tarefa que se faz num outro dia qualquer, não é? Não precisamos desse tipo de consolo. Para nós, seres completamente normais [apenas solteiros], é um dia absolutamente normal. Com a pequena diferença de que devemos lembrar-nos de evitar cinemas, restaurantes e um belo passeio ao pôr-do-sol. 

- "Pelo menos, não tens de te preocupar com o que vais fazer neste dia". Certíssimo. Porque, como acabaste de reforçar, é um dia como outro qualquer. O que significa que, ao contrário do que está a acontecer contigo, que te perdes a fazer contas à vida, não iremos declarar falência nesse dia. Até acredito que esta frase seja dita em jeito de desabafo por parte de alguém que não está a conseguir marcar reserva no restaurante mais in do momento. Vocês, pessoas apaixonadas, não percebem como nos sabe bem não nos preocuparmos com isso.

- "Deixa lá isso, fica para o ano". Para o ano o quê? O dia de São Valentim? Pois fica, que eu saiba o calendário vai continuar a tê-lo. Se é um dia assim tão "normal", porque não haveria de continuar a existir? Não tenham pena de nós. Não estamos desesperados para que chegue 2020 só para que possamos celebrar o próximo dia dos namorados. Esta é uma preocupação que vos pertence. Será que, no ano que se segue, estarão na mesma companhia ou precisarão da nossa companhia?

- "São assim tantos namorados que nem sabes qual escolher?". À frase, segue-se uma gargalhada nervosa e uma cotovelada amigável. O típico humor entre pessoa-solteira e pessoa-comprometida. Agradecemos a generosidade e o tempo despendido. Contudo, apreciamos outro tipo de piadas. Talvez um tipo de humor mais básico que quem vive do amor não atinge, não levem a mal. Nota importante: esta frase é facilmente pronunciada por uma avó ou por aquela tia que vemos duas vezes por ano e para quem seremos sempre crianças.

- "Já viste aquela série que estreou há uns dias?". Deixa ver se percebi bem: para além de teres o teu dia planeado ao milímetro com uma cara metade [que tem sempre mais do que metade da cara e que, por isso, não é justo ter este nome], estás a querer planear o nosso dia? De repente, és um/a anunciante da Netflix e estás a tentar convencer-nos a não sair de casa? Fica, desde já, a saber que nós conhecemos as regras do jogo. Já agora, qual é a série? É só para juntarmos à lista das que, provavelmente, vamos ver nessa noite.

 

 

Caras pessoas comprometidas, não se comprometam connosco. Somos solteiros, não somos infelizes. O mundo está a tornar estranha esta interação entre quem compra corações e quem fica a apreciá-los nas montras das lojas. Não tenham pena de nós só porque ainda não baixámos o escudo e deixámos que o cupido nos acertasse. Muitas vezes, é uma questão de pontaria. Só queremos acertar em cheio, seja lá o que isso for.

 

Não se preocupem, nós estamos bem. E, se se quiserem juntar, também temos amor para dar. 

 

Carol

 

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05.Fev.19

Às vezes, também é bom estar de volta

Às vezes, é só a força do hábito a dar de si, a dizer que também precisa do seu tempo, mas para não lhe darmos tempo suficiente para que perca força e deixe de ser um hábito. Às vezes, é só a saudade a escrever-se antes que possamos sequer pegar numa caneta. Às vezes, é só a necessidade a apresentar-se em primeiro lugar e a mostrar-nos que nem sempre o que nos apetece é o que necessitamos. Às vezes, são só os dias a seguirem o seu rumo e nós a fazermo-nos despercebidos enquanto remamos na direção que nos parece mais apelativa.

 

Não sei o que é. Às vezes, os regressos são só isso, mas também são mais. E, muitas vezes, são as rotinas a mostrarem porque gostamos de as repetir tantas vezes até as tornarmos nossas. Claro que no universo-dos-rotinados sou a favor das interrupções, das mudanças esporádicas e das surpresas de última hora. Porque tenho um argumento que defendo com unhas e dentes: sabe bem regressar para matar saudades. E, crimes à parte, as saudades têm um sabor especial quando são provocadas por lugares que nos fazem sentir bem. 

 

É mais fácil não ter horários, não saber que filme ver ou que livro ler, alternar entre o sofá e a cama e não conseguir descrever o quão bom é estar de férias. Mas deixem-me aproveitar a nostalgia que me invadiu depois do primeiro dia de aulas do segundo semestre. O caminho, os lugares, as caras conhecidas, os sons, os cheiros e a organização dos dias. É um regresso especial, confesso. É o meu último semestre da licenciatura. Às vezes, pode ser só a força do hábito, a saudade ou a necessidade de voltar. Outras vezes, os regressos são a consciência de sabermos que, mesmo depois de uma pausa, tudo continua igual, que continuamos a pertencer àquela rotina, e vice versa. 

 

Às vezes, é só a vontade de voltar a ouvir o despertador a tocar de madrugada. E quando essas vezes forem suficientes para me lembrar como é bom estar de férias, aí sim, a vida volta [e volta] a fazer sentido. 

 

Carol

 

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