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it's carol

Um blog sobre tudo. Sobre o que me apetecer. Acima de tudo, sobre o que sou.

30.Out.17

Então agosto, quando vais embora?

 

Querido mês de agosto,

 

Não sei o que se anda a passar. O mês de outubro nunca esteve tão igual a ti. Tu, seu malandro, ainda cá andas, não andas? Disfarçado, eu sei. O sol nunca esteve tão forte, nem as noites estiveram tão quentes. O casaquinho só funciona até meio da manhã [e é porque parece mal sair de casa quase em novembro com camisolas de manga curta]. As sandálias [até essas] ainda não foram arrumadas. O céu permanece azul e, apesar dos dias serem mais pequenos, o pôr-do-sol continua com as tuas cores. Acreditas que ainda não encerraste as praias nem as esplanadas? Sei que a culpa não é só tua. Nós temos feito muito para que te mantenhas por cá, mas infelizmente nem tudo tem sido assim tão bonito. Que mal te fez outubro para não o deixares trazer a humidade das manhãs e das noites, o céu cinzento, as meias quentes e os casaquinhos de malha, a chuva e as castanhas assadas? Isto tem mão tua, eu sei. Não te julgava egoísta ao ponto de quereres ver verão no outono [foi o que senti quando vi castanhas assadas serem vendidas numa praia]. Para o ano estaremos novamente à tua espera. Em agosto, como de costume. Agora, quase em novembro, talvez esteja na hora de ires andando. Gosto muito de ti e tu sabes isso, mas já ficaste tempo suficiente para todos percebermos que há tempo para tudo e o teu tempo já passou. Ninguém vai levar a sério as decorações de natal das lojas e dos centro comerciais [até porque as pessoas andam todas a aproveitar os dias bons nas ruas e nas praias]. Volta para o ano. Vamos ter saudades tuas. Porém agora é tempo de aproveitar outro tempo. 

 

Amigos como antes? 

 

Carol

 

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25.Out.17

Guarda o mar na alma

Ensina-lhe tudo o que sabes sobre o mar. Ensina-lhe que o mar não tem fim. Aliás, ensina-lhe que somos nós que desenhamos o fim ao mar. Mostra-lhe como é bonito ver o sol perder-se nesse infinito e esconder-se para lá da linha do horizonte ao final do dia. Mostra-lhe como há mar para todos. Aliás, mostra-lhe que o mar é de todos e dele próprio. Explica-lhe que as palavras podem ser do tamanho do mar. Explica-lhe que as palavras podem provocar mais tempestades do que as ondas do mar. Aliás, explica-lhe com poucas palavras que o mar é o silêncio e o barulho e todas conversas. Indica-lhe os dias da maré cheia. Indica-lhe o local onde as ondas se formam. Aliás, indica-lhe só o mar porque ele traz as ondas e as marés, mas também as leva, umas vezes mais vazias outras vezes mais cheias. Aprende o som do mar. Aprende a ter o mar contigo sempre. Aliás, aprende que o mar tem muito mais do que esse mar que se vê. Porque o mar não tem fim. Mas tem mar. E tem tudo e tanto que nunca vais conseguir aprender o suficiente para ensinar, mostrar, explicar e indicar o tudo e tanto que tem o mar. Mas olha para ele e, mesmo que lhe desenhes o fim, nunca o encontres. Porque o mar é feito para te perderes nele. Por isso leva-lhe o mar. Leva o mar para ti. Deixa que o sol se continue a esconder na linha do horizonte, que as conversas vão e venham como as marés, que as palavras digam tudo ou que o silêncio seja o suficiente. Deixa que o mar se guarde na tua alma. Para que dentro de ti o fim do mar seja sempre o limite.

 

Do fim do mar, a vista deve ser incrível. Mas ver o mar daqui, do inicio, é muito mais emocionante. 

 

Carol

 

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16.Out.17

O pior dia do ano em Portugal...

Percebi que tive um fim-de-semana normal. Percebi que aquele que foi considerado "o pior dia do ano" para mim nada mais tinha sido do que um domingo em família. Percebi que as chamas não estavam tão longe assim, tendo em conta que todos os distritos do país foram apanhados pelas chamas. E por aqui estava tudo normal. Para mim o calor era humano, o fogo expressava-se em sentimentos fortes e os corações estavam quentes por estarem reunidos num dia de descanso. É outubro. É o fim do calor e o início do frio, da chuva, dos dias curtos. Mas não. Vejo pelas imagens transmitidas pelos meios de comunicação que poucas devem ter sido as famílias que puderem passar um domingo normal, tal como eu passei com a minha. Os dias ainda estão quentes, secos e [ainda que o sol se esconda mais cedo] continuam longos para quem luta pela [e com a] vida. Porque é isso que está a ser consumido pelas chamas. Os terrenos, as casas, os animais e as pessoas nada mais são do que vidas que se perdem. Não interessam os números. O valor de uma vida não se mede através de algarismos, esse valor é superior a tudo aquilo que se possa quantificar. Esta situação deixa qualquer um sem palavras e [infelizmente] muitos sem vida [nem que seja a vida que tinham antes de chegarem as chamas]. É preciso fazer algo. É preciso fazer tudo.

 

A torcer para que venham domingos melhores. Domingos bons como aquele que tive. Que voltem os dias normais para todos. É urgente e necessário fazer algo para pôr fim as estas situações horríveis. É preciso que [quem tem poder para isso] coloque as mãos no fogo... 

 

Carol

12.Out.17

Vamos ao Mundial, mas antes eu preciso de descansar!

Está a ser uma daquelas semanas que parece ter tido direito a prolongamento. Houve um empate entre a agitação e o cansaço. Os minutos têm-se estendido para lá do tempo regulamentar, essa é a verdade. O que queria mesmo era fazer uma finta a estes dias compridos e ocupados, chutar para canto o trabalho [que não tem sido pouco] e pedir a substituição por uma semana que me permita, ao menos, usufruir de mais horas de sono. Ser convocada [pelas tarefas da vida] tem o seu lado bom, mas também tem o outro. Aquele que lesiona forte e feio, que testa os persistentes, que permite poucos intervalos. A vida é um jogo bom, mas tem dias que nos levam aos nervos dos penáltis. Ficar no banco não tem graça, no entanto há momentos em que jogar na defensiva dá mais vontade de sentar [e descansar] do que rir. É assim, a bola vai rolando, vamo-la levando como podemos. A partida tem sido longa e [ainda que as claques estejam a dar o seu melhor] estou disposta a trocar de lugar com o árbitro. Podem ter a certeza que [não fosse amanhã sexta-feira] seria a primeira a dar o apito final. 

 

Porque os campeonatos da vida se revelam exigentes. Porque a semana está a demorar [demasiado tempo] a acabar. Porque fui ver o jogo da Seleção Nacional na passada terça-feira e foi como se também eu tivesse estado em campo. Porque [definitivamente] esta vai para a lista das semanas [mais] cansativas, mas também [mais] memoráveis!

 

[fui ver a seleção e não, não encontrei a Madonna por lá!]

 

Carol 

 

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06.Out.17

Afinal era mesmo ouro!

Terminou na passada terça-feira a novela Ouro Verde, transmitida na TVI de segunda a sábado. Para quem acompanha o blog [e para quem me acompanha a mim] sabe que segui este projeto com uma especial intensidade [dar-lhe-ei este termo porque é, de facto, o mais justo]. Sempre [desde que me lembro] vi novelas. E, nos poucos anos de vida que tenho, vi muitas [quase todas], mas vivi apenas algumas. Ouro Verde foi uma delas por isso este post [agora que história já chegou ao fim] é quase obrigatório [nem que seja para, de alguma forma, me conseguir libertar deste vício que me perseguiu, e que eu persegui, durante quase 9 meses]. A verdade é que as novelas são um formato que facilmente se pode tornar aborrecido e difícil de acompanhar por [muitas vezes] durar demasiado tempo [já falei sobre isso aqui]. Mas Ouro Verde teve tudo de diferente. Em pouco mais de 200 episódios [sendo uma das novelas mais curtas dos últimos anos na TVI] contou muitas histórias sem nunca perder o ritmo e mantendo sempre o interesse dos telespectadores. Esteve lá tudo. O amor, o ódio, a vingança, a justiça, o humor e o drama. Esteve lá a vida real [um dos ingredientes fulcrais para o sucesso deste projeto]. Sempre, e até ao fim, foi uma novela justa e surpreendente, fugindo aos clichés da ficção nacional. Não havia o bom e o mau [tal como não o há na vida real, todos temos um bocadinho das duas facetas]. E gostei disso, muito mesmo. Conseguem entender o quão viciante [e inexplicável] é gostar e detestar a mesma personagem? Aconteceu e só assim fez sentido. A narrativa era boa [muito boa mesmo], mas sem o elenco não tinha tido [nem de longe nem de perto] o mesmo impacto. Parecia que as personagens tinham sido construidas à medida dos atores que as interpretaram. A verdade é que Ouro Verde tinha um elenco de ouro e se eu tivesse de escolher apenas uma, acho que não conseguiria decidir qual a minha personagem preferida. 

 

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Todas as personagens tiveram a sua importância no enredo principal. E destas "todas" de que falo não esquecerei a dupla imbatível Rita [a fantástica Dina Félix da Costa] e Laurinda [a surpreendente Ana Saragoça]; a querida Mónica [a excecional Sílvia Pfeifer]; o vilão mais humano da história da ficção nacional Miguel Ferreira da Fonseca [o incrível Luís Esparteiro]; os três representantes de uma típica família portuguesa dos tempos modernos, o inspetor Lúcio, a Paula e a Cátia [os divertidos Vítor D'Andrade, Sofia Grilo e Mafalda Marafusta]; o satanás Edson [o cómico Cassiano Carneiro]; o jornalista/pj/encantador de raparigas Gonçalini [o fabuloso Fernando Pires]; e por último [mas não menos inesquecíveis] o par Bia e Jorge [os insubstituíveis Joana de Verona e Diogo Morgado] que não poderiam ter interpretado melhor a história de amor dos dois protagonistas [à qual fiquei completamente rendida, confesso!]. 

 

 

A história terminou de uma forma diferente e até imprevisível [é ver para querer]. Mas foi sempre uma boa história, do início ao fim. E as boas histórias não se esquecem. Assim como não se esquecem as pessoas [e, neste caso, algumas personagens]. Os meus sinceros parabéns a toda a equipa que não se vê e que, no entanto, nos faz ver ficção. Os meus sinceros parabéns aos atores, as caras [bem bonitas, é importante referir] do projeto. E os meus sinceros parabéns à Maria João Costa, a autora, a responsável pelo nascimento deste ouro que teve sempre tantas cores. De uma coisa tenho a certeza, o tamanho de Portugal no mapa não representa o tamanho do talento, do trabalho, das pessoas... de tudo o que se faz por cá. Eu acredito que estamos a crescer [e com projetos assim vamos crescer muito]. Como espectadora, fica o meu obrigada. Obrigada por me fazerem esquecer que estava a rir e a falar para um ecrã, a viver uma história que foi muito mais do que uma história. Ouro Verde tem de trazer o Emmy!

 

E agora, sem novela [sem Jorge Monforte aka Diogo Morgado], o que vai levar os meus amigos a desistirem de me tentar tirar de casa à noite?

 

Carol

 

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*se ficaste curioso/a podes sempre espreitar os episódios completos ou pequeno clipes da novela no TVI Player

**quanto à história do casal protagonista, descobri um canal de vídeos [bem interessantes!] no youtube que dão para matar as saudades

***para além da novela ter sido líder de audiências nos meses em que esteve em exibição, 1 milhão 698 mil espectadores assistiram ao último episódio, por isso acusem-se [no meio de tantas pessoas, acredito que algumas estão desse lado do ecrã]

****pronto, agora vou parar com esta coisa dos asteriscos, obrigada por terem lido tudo até ao fim!

02.Out.17

Votei pela primeira vez. Quando sai o prémio?

Fui votar pela primeira vez. Com a crença de que por de trás dos partidos estão as "pessoas inteiras". Aquelas que têm estado em todo o lado nos últimos tempos. Os telejornais não suportam mais beijos e abraços pelas ruas deste país, mas as urnas recebem de mão beijada as cruzes desenhadas nos papelinhos. Os chamados boletins de voto. Podiam ser o boletim de vacinas [que esta época é propicia às constipações]. Mas doenças à parte, acho isto bom para a saúde [dos que ganham, claro]. É política. Pois é. E eu não percebo muito do assunto, mas voto na política do bem, da igualdade, da verdade, da consciência, da vontade de andar com isto para a frente. Dispenso os beijos, os abraços, os discursos repetitivos e clichés. Isso é o que as crianças fazem quando querem um brinquedo novo. No entanto acredito que temos adultos suficientes neste país com um bom sentido de humor. Sim, porque posso não perceber muito sobre o assunto, mas reconheço que durante a campanha brincamos à apanhada e depois de sairem os resultados jogamos às escondidas. O copinho de leite safa-se sempre.

 

Depois disto, talvez me dedique a fazer cruzes no boletim do euromilhões. Aí a política inverte-se. Os beijos e abraços chegam depois do jackpot!

 

Carol

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