A literatura no cinema
Nestes primeiros momentos das minhas férias tenho aproveitado para pôr a leitura em dia [como fiz questão de referir aqui e aqui]. Quero muito escrever no blog um pouco sobre as páginas que ando a folhear, mas isso fica para um dia destes. Hoje recupero um texto [na verdade, um excerto de um texto] que escrevi sobre a literatura e as suas adaptações ao cinema. Não é fácil colocar na balança duas artes que me fascinam.
" [...] É inevitável afirmar que as imagens complementam as palavras e, muitas vezes, as adaptações fílmicas de grandes obras literárias se devem à necessidade de definir de forma exata a estrutura visual de uma história. Contudo, nada é mais autêntico que uma palavra, que uma frase, que uma obra literária. Algo escrito com pequenas ou grandes particularidades para ser lido e interpretado com a liberdade que o autor oferece ao seu leitor para que este reproduza no seu imaginário a mesma história, com as mesmas palavras, outra história que nada terá a menos que a primeira. É esse o potencial da literatura. A sua especificidade está nos mais pequenos detalhes. Literatura é também a arte de unir as letras, reunir palavras e produzir histórias. E não pode haver nenhum leitor que, verdadeiramente apaixonado por esta arte, perca a oportunidade de folhear as páginas de um livro. É percorrer as descrições, apanhar os pormenores, compreender os tempos verbais, conhecer o sujeito e interpretar o predicado, reler os verbos, detetar os recursos estilísticos e decifrar a pontuação. A pontuação que se vê porque a literatura é feita de exclamações invisíveis, interrogações ocultas e reticências disfarçadas. Mas não conhece o ponto final da imaginação. Quanto muito recorre ao ponto final parágrafo para mudar de linha. [...] "
Apeteceu-me partilhar. Agora já posso regressar aos livros e aos filmes. É aproveitar enquanto o tempo me dá tempo para isto.
Carol
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