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it's carol

Um blog sobre tudo. Sobre o que me apetecer. Acima de tudo, sobre o que sou.

29.Jun.17

À procura do inverno na cama [numa noite de verão]

A vida é feita de escolhas. E agora, no verão, o segredo para dormir bem é saber escolher entre o lado fresquinho ou aquele lado bem quentinho da cama. O problema é que ao escolhermos o lado fresquinho [todos escolhemos esse lado] estamos a torná-lo [inevitavelmente] o lado quentinho. Ou adormecemos em 30 segundos com a cabeça na parte onde a almofada ainda está fria ou simplesmente não adormecemos. É assim. Fazemos a nossa escolha [a pensar que sabemos tudo sobre o assunto, só porque achamos que sabemos sempre tudo] e depois levamos com o outro lado da nossa escolha [que neste caso se trata do lado quente da cama]. E não é sempre assim? Não agimos diariamente à procura do conforto de uma almofada fresca numa noite quente de verão? Do lado que nos deixa confortáveis, que não nos faça transpirar e que nos deixe descansar. Só nos esquecemos que as decisões que tomamos trazem consequências. Até a decisão mais simples, a mais óbvia, aquela que nos oferece 30 segundos de frescura. Até essa decisão traz graves consequências para as nossas horas de sono. O melhor mesmo é não pensar muito. Às vezes é bom agir por instinto. No verão procuramos o lado frio das coisas, é para lá que nos puxa o instinto e o sono. Não pensemos tanto. Comecemos a aproveitar mais a frescura dos tempos quentes [mesmo que isso implique dispensarmos 30 minutos da nossa noite à procura do inverno na nossa cama]. A vida é feita de escolhas e no verão esta é uma das mais ingratas. 

 

Sempre me ensinaram que há decisões que não devem ser tomadas de cabeça quente, exatamente por isso é que escolho sempre o lado frio da almofada!

 

Carol

26.Jun.17

Fui ao casino pela primeira vez

Podia começar por dizer que venho falar sobre uma experiência que me marcou. Mas não. Nada disso. Não me marcou nada, mas não deixou de ser uma experiência e por isso [e por não ter mais nada para contar] hoje é sobre isto que escrevo: fui ao casino. Entrei num casino pela primeira vez. Nada planeado, confesso. Fomos [sim, não estava sozinha] assistir a um espetáculo e acabámos por não resistir à tentação de espreitar o interior de um casino pela primeira vez. É claro que nos pediram identificação. Primeiro porque estamos longe de parecer maiores de idade, segundo porque estávamos tão apreensivos com esta aventura que não conseguimos desviar o olhar do segurança até ele nos pedir para mostrar o cartão de cidadão. Ficámos aliviados [e um tanto orgulhosos] por nos ter deixado entrar depois de confirmar que tinha à sua frente dois jovens adultos [que estavam, visivelmente, nervosos por entrar num casino pela primeira vez]. A partir daí, já nos sentíamos em casa. Não, sentiamo-nos num museu. Vimos tudo, com toda a atenção que conseguimos, e nunca tocámos em nada. Eu mal sei jogar às cartas quanto mais apostar naqueles jogos e naquelas máquinas que agarram as pessoas e as levam a apostar fortunas. Isso era a ideia que eu tinha. Senhores de fato, senhoras com grandes decotes e envelopes cheios de dinheiro. Bem, talvez não seja bem assim. Havia senhores de t-shirt e senhoras sem decotes [estava uma noite fria]. E, quanto aos envelopes cheios de dinheiro, nem vê-los. Cheios de luz [e talvez de dinheiro] estavam os olhos dos apostadores em frente às máquinas. Tudo aquilo é um universo paralelo àquele que eu conheço [e compreendo]. Não apostámos nada [nem em nada]. E também ninguém apostou nada em nós. Mas estávamos a fazer de tudo para perceber um jogo que fosse. Nos filmes, os casinos e aquelas mesas de jogos impõem mais respeito e quase nos fazem acreditar que sabemos jogar também. Fiquei fascinada por algumas coisas, principalmente, pelo modo como as pessoas agem naquele cenário. Um cenário em que imagino sempre os mauzões da história. E é essa a imagem que vou manter na minha mente quando olhar para o casino do lado de fora [pelo menos agora já tenho a certeza que me deixam entrar!]. 

 

É mais fácil jogar ao peixinho, sabem?

 

Carol

 

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23.Jun.17

Mãos ao alto, estou de férias!

Oficialmente de férias. Nos primeiros momentos em que me apercebo disto penso: "e agora o que é que se estuda? como é que se ocupam os tempos livres? o que é que são férias?". Uns segundos depois dou por mim deitada no sofá pronta para não fazer nada durante os próximos dois meses. É incrível esta nossa capacidade de adaptação às férias, não é? O regresso dos tempos livres, do desligar do despertador das 6h da manhã, do não querer saber sequer que horas são, do cansaço por não se ter nada para fazer, dos reencontros com os amigos ocupados [que nesta altura também tiram uns dias]. Estamos sempre prontos para as férias. Para o desligar das rotinas e para o embalo da preguiça de um dia de verão. Falo por mim [e muito provavelmente por ti também]. Agora quero não fazer nada. Mas quero fazer muitas coisas. Voltar aos livros, aos filmes, à televisão, à preguiça no sofá, ao sol, à praia e aos amigos. Voltar a todas as coisas que queria conseguir fazer durante o resto do ano [sem ficar com o peso na consciência por não estar a estudar]. É tão fácil ficar de férias. É tão fácil esquecermo-nos da rotina que mantivemos o ano inteiro antes deste "não fazer nada" que só dura umas semanas. O ser humano é realmente ágil ou então é apenas desesperado por querer aproveitar ao máximo uns dias de férias. O pior é o regresso. Aí o processo desenvolve-se de outra forma, como se as férias fizessem de nós prisioneiros. Mas ainda falta. Ainda agora me estão a colocar as algemas. Falarei sobre o momento da libertação noutra altura. 

 

Agora [livre das rotinas e do trabalho] deixem-me viver presa aos dias longos e preguiçosos.

Custa-me a crer, mas [já] estou de férias!

 

Carol

 

[não se revoltem, chegará a vossa vez também. Já seguem o blog no facebook?]

21.Jun.17

A despedida de Rodrigo Guedes de Carvalho

Numa semana tão triste para o país. Numa semana em que as imagens que vemos nos jornais, nas revistas, na televisão e na internet nos demonstram como o ser humano é pequeno e frágil. Nesta semana marcada pela tragédia, há pequenos momentos que nos tocam. E há a força da inocência. Que ainda prevalece. 

Nesta país. Nesta semana. Nesta tragédia. Uma das vozes que, diariamente, tem informado o país encerrou o noticiário assim:

 

 

Gostei da atitude, Rodrigo Guedes de Carvalho. Os jornalistas, as vozes que nos informam, antes de o serem, são pessoas como nós. E estão também neste país, nesta semana e a viver [perto ou longe] esta tragédia.

 

Carol

20.Jun.17

Isto não é um filme. É a vida real.

Apetece não ligar a televisão, mas apetece querer saber como estão as "coisas". Como estão as pessoas e os locais. Apetece não ligar a televisão pelo simples facto de como estão a ser transmitidas as "coisas". É uma tragédia, isto a que Portugal e o Mundo estão a assistir. Estou longe de Pedrógão Grande. Assisto a tudo isto no conforto da minha casa, a queixar-me do calor que faz por aqui. Nestas situações percebemos o quão ingratos conseguimos ser.

O país está unido numa brutal onda de solidariedade. Cada vez surgem mais formas de ajudar, mesmo estando longe. Mas estou desiludida e um tanto revoltada. A forma como a nossa comunicação está a agir perante esta situação, este acontecimento que parece não ter fim. Estão muitas vidas envolvidas. Vidas que merecem respeito e muitas que precisam de ajuda. Quem está longe, como eu, e liga a televisão não quer ver o filme de Pedrógão Grande. Quer saber notícias, receber factos e, mesmo numa situação tão delicada como esta, perceber o que está a acontecer. A emoção, a dor e a tragédia estão, infelizmente, presentes nas pessoas, nos locais e nas imagens. Não precisam de ser ditas palavras e, muito menos, de ser colocada uma música de fundo numa reportagem. Esse não é o caminho. Apetece mesmo não ligar a televisão. Isto é a vida real. As "coisas" não estão nada bem, mas, por favor, o país quer ver [e saber] notícias. Chega de sensacionalismo. Isso não é informação.

 

Respeito por todos aqueles que estão a ajudar a colocar um fim a esta situação. E por todos aqueles que, infelizmente, estão a passar por ela.

 

Carol

 

[queres saber como ajudar? aqui ficam algumas formas de fazê-lo] 

19.Jun.17

Um dia negro. Pintado com cores fortes.

Tirei esta fotografia ontem, domingo, às 20h40. Retrata bem o cenário de um final de dia de verão. Uma imagem pintada com cores quentes que encerram os dias de uma estação que só pede o frio de uma bebida refrescante. Podia ser uma fotografia de um final de tarde como tantos outros, mas é uma fotografia de um final de um dia em que o país perdeu muito debaixo das mesmas cores quentes de um pôr-do-sol. Foi um dia negro, longe de ter fim. Perderam-se vidas e mantiveram-se as cores. O dia esteve quente, mas mais quentes estão ainda os corações daqueles que, perto ou longe, têm acompanhado esta tragédia em Pedrógão Grande. E as cores quentes de um pôr-do-sol que encerra um dia de verão tornam-se frias. Levam vidas. E levam tanto de um país que só merece ter corações aquecidos pelo laranja forte de um dia de verão.

 

O país está de luto. Num cenário com cores tão bonitas como deveriam ser todos os finais de tarde. É triste assistir a tudo isto. É triste não ver o fim de uma situação que, ironicamente, está pintada nas mesmas cores dos finais de dias felizes e serenos.

 

Carol 

 

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