Com o coração em Londres. E no resto do mundo.
O que é que está a acontecer? Mas que mundo é este? Que pessoas são estas? Porque é que não há respostas para estas perguntas? Porque é que têm de haver estas perguntas? Porquê? [permitem-me que seja egoísta] Mas já que só cá vivemos uma vez, então que seja para aproveitar a sério. Quero poder sair à rua sem medo de não regressar a casa, quero poder viajar sem ter receio deixar a viagem a meio, quero poder encontrar-me com amigos em sítios onde outras pessoas também se encontram com amigos sem termos de ser separados a qualquer momento, quero fazer tudo o que me apetece sem viver sobre o medo, o receio e a desconfiança que num segundo tudo vai mudar. Ninguém vive para sempre, ninguém sabe o futuro. Mas todos queremos viver. Inevitavelmente, expostos às surpresas que a vida tem para nos dar. Todos queremos viver. Não expostos às escolhas que outras pessoas [como nós] querem dar à nossa vida. Neste momento, se fosse possível, muitos viveriam em cápsulas, isolados e protegidos de todos os outros que são uma ameaça. Porquê? Porque somos ameaças uns para os outros? Escolhemos formas diferentes de aproveitar a única vez que vivemos. Isso não nos dá o direito de mudar a vida do outro, aquele que já viveria na cápsula se fosse possível e que por querer proteção vive cada vez mais isolado [fora da cápsula]. [sei que vou ser egoísta novamente, mas perdoem-me] Não nasci para viver numa cápsula, mas não vivo para estar num mundo assim. Decidi que me quero mudar. Para um mundo protegido. Para um mundo melhor do que este onde vivemos. Onde todas as pessoas tenham a mesma vontade de viver de quem só passa por cá uma vez. Onde se vendem os bilhetes de ida?
Com o coração em Londres. E no resto do mundo.
Carol