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it's carol

Um blog sobre tudo. Sobre o que me apetecer. Acima de tudo, sobre o que sou.

24.Nov.17

Sem tempo para ter tempo

Tivesse eu tempo. Tempo para o tempo que gostaria de ter. Tempo para aproveitar os lençóis quentes nestas manhãs gélidas, as meias grossas no chão do meu espaço, o comando da televisão cá de casa, o sol das tardes de novembro e os finais bonitos destes dias curtos. Tempo para as pessoas que também não têm tempo. Tempo para viver com calma a pressa dos dias que correm e nos obrigam a persegui-los. Tivesse eu tempo. Tempo para me lembrar que há tempo. Para olhar para o calendário e perceber que o dia em que estou não é o dia em que vou estar daqui a uma semana. Para perceber que a noite chega sorrateira. Para apanhar as ruas com sol enquanto os candeeiros estão desligados. Tivesse eu tempo. Tempo para olhar para este tempo. Para andar devagar, viver devagar e aproveitar devagar. Para olhar, ouvir e não esquecer. Para reparar em tudo e tanto que me tem passado ao lado. Tivesse eu tempo. Tempo para ter o meu tempo. Para não seguir os tempos que me dão, as datas que tenho de seguir à risca, as horas extra que aparecem por magia. Tempo para não viver tão presa o tempo. No fundo, o tempo tem-me tido a mim. E eu não tenho tido tempo. Tivesse eu tempo, contar-vos-ia com mais detalhe o que faria. 

 

A desforra há-de chegar. Quando houver tempo para isso. Quando eu me esquecer que há tempos. Quando o tempo tiver mais tempo para mim [e eu menos tempo para ele!].

 

Carol

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